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quarta-feira, 10 de maio de 2023

Victor Gabriel Ribeiro da Silva

 Aluno: Victor Gabriel Ribeiro da Silva 

Curso:  Letras Português e Inglês   7° semestre 

Matéria: Literatura Inglesa e Norte-Americana – D1 

RGM: 23519991 

 

Dentro do Livro, Inúmeras formas de usar a boca (Milk and Honey) - Rupi Kaur, existem inúmeros poemas, sendo eles extremamente distintos, porém, que si complementam, a escritora sabe bem trazer para nós divergentes sentimentos, sendo eles complexos em sua simplicidade, o que chega a ser irônico como poucas linhas ela transmite sua dor, amor, paixão, raiva, rancor e até liberdade. A escritora em questão não só traz uma leitura que pode ser apreciada em várias linhas do tempo, como abrange uma enorme gama de pessoas (eu digo isso sendo um homem), o livro tem como público mulheres, independente de cor, de etnia, lugar ou função econômica. Um ponto a ser pautado, é sua escrita limpa e objetiva, fazendo com que o leitor tenha como foco as palavras-chave e sentimentos que no final, entrega uma leitura rápida, fazendo o olhar do interlocutor ser quase como um deslizamento por cada linha da obra. 


Tendo esse conceito em mente, a obra escolhida por mim foi “a arte de se esvaziar” (the art of being empty). Obra que descreve o “autoconhecimento forçado”, como assim? A leitura pode-se ser interpretado como; um efeito de ansiedade, vazio e necessitar de se fechar, trancando seu ser em um mundo onde apenas seu batimento é audível, onde o badalar de sinos de sua mente te torna instável te trazendo memórias de traumas que você forçou sua mente à  esquecer, as palavras de uma sociedade insensível e desumana te impondo em bloco social que você nasceu determinado a viver, usando Darwinismo para esconder preconceitos, ódio, raiva e até mesmo rancor. Aonde a única forma de se escapar dessa guerra constante é entender “a arte de se esvaziar” de si mesmo. 

 

Em inglês:





Tradução


Deixar a barriga da minha mãe vazia 

foi meu primeiro ato de desaparecimento 

aprender a encolher para uma família 

que gosta de ver as filhas invisíveis 

foi o segundo 

a arte de se esvaziar 

é simples 

acredite quando eles dizem 

que você não é nada 

vá repetindo 

como um mantra 

eu não sou nada 

eu não sou nada 

eu não sou nada 

tão concentrada 

que o único jeito de saber 

que você ainda existe é 

o seu peito ofegante 

- a arte de se esvaziar 


Pôr o poema aparentemente tratar-se do “vazio”, sendo esse causado por algo externo ou interno, e até mesmo ambos os contextos juntos (sendo essa minha opinião), inspirou inúmeras outras obras da atualidade que fortalece e traz consigo a ideia simplicista em um assunto que é complexo. Dois exemplos são as músicas; A prova de balas-Sadstation e do mesmo canal, a música  Kayno - Vazio Existencial (prod. Venus), sendo a segunda o foco de intertexto, ouvindo esse hino juvenil, que nós leva diretamente para a mente do cantor, a batida da música que entrega esse mesmo sentimento, dizendo para todos como o vazio dói, por mais que as vezes seja bom ficar sozinho, uma hora a solidão emprega cada um de seus cacos de vidros afiados em nossa pele, tão fundo que nem as palavras podem aliviar e nem mesmo com cirurgia consegue tirar, o choro escorrendo pelo resto, cantando para alguém que não está ali, e até mesmo para alguém que nunca esteve ali. Como a depressão pesa no físico, no mental, na alma, trazendo uma morte lenta, onde nós encontramos as vezes achando abrigo em alguém ou algo, pois por dentro de você não existe nada além da solidão. A arte da capa reforça bem a ideia, de um homem sentado, contemplando sua própria solidão. 


Caso goste da música, aconselho a ver a primeiro (a prova de balas) obra áudio/visual essa que me acompanhou por muito tempo em minhas noites de vazio.  



Capa da música; Kayno - Vazio Existencial (prod. Venus) 

Compreendendo melhor o contexto do trecho citado outrora, criei a minha obra autoral. Foquei em uma mulher que a meu ver, é exemplo de força de uma comunidade marginalizada, de uma mulher preta que foi extremamente escravizada em seu passado, mesmo não precisando de uma carta de alforria, onde sua liberdade era para ser respeitado, contudo, as formas de escravidão e suas leis foram atualizadas, o chicote que marcavam seus ancestrais, foram trocados por palavras que marcam mais fundo que as armas arcaicas usadas por antigos barões do café, sua senzala não eram entre os porcos, mas sim entre em barracos de madeira, onde viva com ratos que usava para alimentar seus filhos, prole essa de um pai sem coração, que a trocou uma preta ainda mais nova. Enfim, espero que gostem da minha obra, e que apreciem esse poema feito por uma pessoa péssima no assunto. Obrigado desde já.  

 

No meu primeiro raio de luz 

de uma nascente vermelha, banhado do amor  

amor de uma mãe sem cor 

cor que seduz 

 

Cor escura que ilumina o céu chuvoso de dezembro 

mulher forte que calou o mundo solutivo 

e mesmo sendo um ser excluído 

 

Das bocas de sangue azul 

ouviu sempre um uivo de ódio 

“nada você será” eles diziam 

forte a preta repetia 

“eu não sou nada 

eu não sou nada 

eu não sou nada” 

  

Mulher forte, que calou as bocas de sangue azul 

na luz da nascente de dezembro 

trouxe um deles ao mundo 

sendo esse seu maior triunfo. 

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