Sobre o blog:

sábado, 29 de abril de 2023

Nome: CLAUDIO VIANA - RGM: 21712778 - Turma e turno: Literatura Inglesa e Norte-Americana - Noturno

NOME: CLAUDIO VIANA  - RGM: 21712778

PROFESSORA: DAYSE 


ESCOLHIDO: 

quem chegar depois de você
vai me lembrar que o amor
precisa ser suave

ele vai ter
o gosto da poesia
que eu queria saber escrever

Outros Jeitos de Usar a Boca

Escolhi essa parte que me faz lembrar um livro com o título: 

No livro “sobre o amor, pensando sério...” do autor: Francisco Adua Esposito (2005)

“Acredito que do mesmo modo que dividimos o corpo de uma forma didática em cabeça, tronco e membros podemos supor que o amor também tem vários segmentos: são os componentes do amor. ”

E o amor tem que ser leve e ter o carinho com a outra pessoa, ter conversas e opiniões entre os acordos.

“Acredito que a ideia é feliz porque o amor, principalmente entre um homem e uma mulher, na verdade é uma construção e, na analogia, o alicerce.”

“Por si próprios já contém amor: A amizade. A Caridade - se entendemos que a caridade é um estado de espírito de amor ao próximo, gratuito, onde se deseja ajudar para levarmos o bem e a felicidade, ao próximo fica evidente que não existe caridade sem amor. No amor entre um homem e uma mulher, existindo a caridade entre eles, esse amor terá um desenvolvimento e uma maturidade maior. ”

Outro trecho do livro (os Jeitos de Usar a Boca) que me chamou atenção:

“estou aprendendo

a amá-lo

me amando”

Devemos primeiro nos amar para depois conseguirmos amar o próximo, nos colocar no lugar do outro, tratar com carinho e como gostaríamos de sermos tratado.

 

Em Língua Inglesa:

 

who comes after you

will remind me that love

need to be smooth

 

he will have

the taste of poetry

that I wanted to know how to write

Other Ways to Use the Mouth

 

In the book “About love, thinking seriously...” by the author: Francisco Adua Esposito (2005)

“I believe that in the same way that we divide the body in a didactic way into head, trunk and limbs, we can assume that love also has several segments: they are the components of love. ”

And love has to be light and care for the other person, have conversations and opinions between agreements.

“I believe that the idea is happy because love, mainly between a man and a woman, is actually a construction and, in analogy, the foundation.”

“These already contain love: friendship. Charity - if we understand that charity is a state of mind of love for others, free of charge, where one wants to help to bring good and happiness to others, it is evident that there is no charity without love. In the love between a man and a woman, with charity existing between them, this love will have a greater development and maturity. ”

Another excerpt from the book that caught my eye:

"I am learning

to love him

loving me"

We had to love ourselves first so that later we could love others, put ourselves in the other's shoes, treat them with affection and how we would like to be treated.

 






segunda-feira, 17 de abril de 2023

Direcionamentos

P r o d u ç õ e s  a r t í s t i c a s

c o m  M i l k  a n d  H o n e y




O trabalho pode ser feito individualmente, em duplas ou grupos. É possível escolher qualquer poema do livro, mesmo que os anteriormente selecionados por outrem. 

 Datas: 

10/05

Entrega da produção artística (aqui no blog, umas postagem por produção)


24/05

Tertúlia Literária


Total: 1,5 pontos. 

1,0 - produção artística

0,5 - apresentação no evento. 


As turmas deverão fazer uma produção artística, levando em conta um poema do livro Milk and Honey, de Rupi Kaur,  e alguma outra  obra (música, texto, cinema, pinturas, esculturas). A produção artística poderá compreender diversos formatos e temáticas. Deve-se, necessariamente, criar um discurso por meio da promoção da intertextualidade envolvendo a obra indicada, para expressar novos sentidos/significados, de autoria autêntica do indivíduo criador. Mídias e recursos diversos podem ser utilizados. As produções serão postadas pelas(os) estudantes neste blog e, posteriormente, socializadas em uma tertúlia literária, um encontro no qual podemos interagir, apresentar as produções, discutir a obra e compartilhar emoções de forma coletiva.


Lembrem-se de que os estudantes da professora Tatianne, dada a natureza da disciplina, deverão produzir em língua inglesa. Entrem em contato com a professora para mais detalhes!


Os melhores trabalhos serão escolhidos para a exposição de pôsteres que acontecerá no saguão principal da UDF, próximo à praça de alimentação. 


Os convites para colaboração no blog serão enviados nos e-mails registrados no Blackboard.


Estudantes: 


É preciso entrar no e-mail e aceitar o convite para poder fazer edições. Fiquem atentas(os) e entrem em contato no dayse.muniz@udf.edu.br ou tatianne.sousa@udf.edu.br em caso de dúvidas.


MODELO - Produção de Dayse Muniz

Nome: Dayse Rayane e Silva Muniz

RGM: 21671575

Turma e turno: Literatura Inglesa e Norte-Americana - Noturno 


Poema escolhido: 


i always
get myself
into this mess
i always let him
tell me i am beautiful
and half believe it
i always jump thinking
he will catch me
at the fall
i am hopelessly
a lover and
a dreamer and
that will be the
death of me

Intertexto:


O poema de Kaur me fez lembrar de um álbum da qual gosto muito, da banda irlandesa The Cranberries. Lançado em 1999, as canções falam de culpa, dor e a fragilidade feminina. 


Gosto especialmente da capa do álbum, e da canção "Animal Instinct", em que Dolores (a vocalista) grita a plenos pulmões: "Do you know you made me cry? Do you know you made me die?"




Pensando nas canções de Bury the Hatchet e o poema de Kaur, que versa sobre a dor de um relacionamento em que apenas um dos sujeitos ama (no caso, a mulher), ecrevi um conto ainda sem nome:

        Deitada no chão da cozinha, Má ouvia o carro que andava devagar pelas ruas esburacadas, os bueiros escancarados e com um cheiro cinza e pegajoso. O domingo de manhã era sempre o mesmo. Crianças gritando, brincando com uma bola murcha na rua; mães ouvindo forró, faxinando, homens jogando dominó na frente das casas. Quem era de igreja ia pro culto ou pra missa, cabelo penteado pra trás, roupa longa, de manga, sapato lustrado, faça chuva ou faça sol. Quem não era de igreja empilhava mais um pouco de pecado, batendo coxa, bebendo cerveja, flertando com homem casado como se a mulher fosse cega. Tudo farinha do mesmo saco de promiscuidade, almas ensebadas.

Quando foi levar o panfleto com animais mansos no paraíso para a Selma, ela riu na cara de Má. Disse que na Bíblia tava escrito que se o pecador se arrepende verdadeiramente ele entra no reino dos céus, ela, então, faria isso: deixaria o arrependimento pro último dia. Má, horrorizada demais pra falar alguma coisa, ficou parada de boca aberta na porta, enquanto via a filha prostituta da Selma sair com um piercing no umbigo. Daquela idade e já tava dando pra qualquer um, com um shortinho esfarrapado enfiado na bunda sempre empinada na garupa de moto. A Raiane que nem chegasse perto dessa menina. Ia apanhar ajoelhada com a Bíblia na mão, pra não esquecer nunca de quem era.

O chão estava frio, impregnado de um líquido viscoso, e Má não conseguia se levantar. Sentia uma dor que queimava o ombro e o ventre, tinha a impressão que ia sufocar, a cara toda empapada. A porta da sala-cozinha estava entreaberta, deixando entrar o som do carro lá de fora. "Desemprego, amarração, doença, preguiça, homossexualismo, magia negra, insônia, venha pra Igreja de Deus. A pastora Flor vai te ajudar a tomar um rumo na vida, a vitória com sabor de mel vem em nome de Jesus". Tentou gritar, mas o grito saía parecendo um miado fraco, rouco. 

Era um som irritante. Aqueles gatos malditos da velha Francisca fornicavam a noite toda no seu telhado. Não adiantou ir na casa da vizinha reclamar. Ela dizia que gato é bicho solto, passeador, noturno. A velha até tentou fazer um agrado, dar um pedaço de bolo, arrastando as pernas inchadas até a cozinha cheia de imagem de santo. Má aceitou o bolo e voltou pra casa. Pediu perdão pra Deus por jogar comida fora, mas não ia aceitar nada de quem adora ídolos. Pegou um pedaço de carne bem pequeno e já deixou no jeito pra quando a noite caísse. O tanto que a velha gritou e chorou, dia e noite, quando achou os gatos duros no capacho da porta… Já era louca de qualquer jeito. Os filhos levaram pra algum lugar, uma casa de repouso, a casa de alguém. O que importa? Pelo menos acabou o barulho daqueles bichos nojentos.

Má viu o dia passando, a dor agora insuportável. Era tão insuportável que não conseguia orar. Falar com Deus no meio do vale de lágrimas, pedir pelos meninos, quem ia olhar os meninos? Ela se sentia tão fraca que os pensamentos começaram a variar. Lembrou de quando viajava com os pais, brincava na areia com o irmão, e no fim do dia estava tão cansada que nem jantava. Lembrou de sua mãe pegando seu cabelo cheio e grosso nas mãos, fazendo tranças pequenininhas, com tanto carinho e paciência. Lembrou da escola espaçosa, o uniforme vermelho que sempre chegava em casa imundo, do tanto que ela aprontava com as outras meninas, uma alegria tão grande que parecia que o coração ia explodir. Naquele uniforme, alguns anos depois, ela deu o primeiro beijo, com um gloss doce nos lábios. Choveu depois, nesse mesmo dia. Toda vez que chovia e fazia um friozinho ela pensava naquele beijo. Tinha saudade da menina que era.

Em alguns momentos ela pensava que conseguiria aguentar até alguém entrar na casa. Aquele povo era tão futriqueiro, por que não olhava que a porta estava meio aberta e ia curiar lá dentro? O forró comia solto, chegava a doer a cabeça. Não era nem meio dia ainda e a rua estava cheia de gente andando, gritando, se cumprimentando, as sacolas amarelas cheias de coca-cola, alface, frango assado, as crianças com o suor escorrendo pelo meio das costas. Decidiu ficar bem quieta e esperar uma brecha na barulho pra tentar gritar, pra pedir socorro. Não queria que os filhos dela a achassem daquele jeito. O culto acabava meio dia e quinze. Meio dia e quinze.

Foi difícil pensar em como organizar tudo. Depois de dez anos ligou pra mãe. Falou que queria pegar um ônibus de volta pra casa. A mãe, desesperada, mais chorava que ouvia. Ela não queria contar os detalhes. Só queria ir embora. Não era do feitio da mãe jogar nada na cara, nem dizer que tinha avisado, mas ela sabia que a culpa era dela. Má quem tinha ido embora. Tinha deixado ele ficar daquele jeito. Tinha perdoado o primeiro empurrão. Não precisava do dinheiro dele, podia voltar pra casa. Por que ela não voltou pra casa? Era só voltar pra casa. Conversou com as crianças, que já estavam desbotadas, sem brilho. Contou que iriam embora em breve. Que fossem pra igreja normalmente, ela ia aproveitar que o domingo era cheio, assim ele não ia fazer nada com todo mundo lá ouvindo. Não ia querer perder o respeito. Tinha gente lá que trabalhava com ele, logo todo mundo ia saber. 

Má achou que o plano tinha dado certo. Calado, ele foi na cozinha, pegou um copo de água, a cara amassada de sono. Ela já conseguia respirar fundo, até os ombros se endireitaram um pouco. Ela não ia levar nada, só a roupa dela e dos meninos. Era só falar pros vizinhos que os pais dela estavam doentes, que precisavam de ajuda. Depois, ele podia arranjar outra. Ninguém ia falar que ele era corno, ou que não sabia segurar a mulher. Disse tudo isso olhando nos olhos dele, ele calado, como se ainda não estivesse acordado direito ainda.

A primeira facada pegou Má de surpresa. Bem em cima da cicatriz da cesária. Parecia que tinha arrebentado tudo, aberto ela de fora a fora. Ele colocou um pano na sua boca, e socou, socou tanto, com tanto ódio, com tanta força, os músculos explodindo na camiseta sem manga, o joelho no seu pescoço. O sangue escorria, ela mal conseguia respirar. O medo parecia maior que a vontade de viver. Quando ela desmaiou, ele tirou o pano, tomou banho com calma, colocou uma camisa passada e saiu cumprimentando os vizinhos, falando que o patrão precisou e ele ia trabalhar no domingo. Até no domingo. Mas fazer o quê? Não ia perder um emprego bom daquele, ganhar dinheiro pra bater em playboy.

Má abriu os olhos de novo, a porta entreaberta. Estava silencioso agora, ou era ela que não ouvia mais nada? Respirou fundo, ou pelo menos o tanto que conseguia, e gritou. Gritou como nunca, gritou mais alto do que já tinha gritado na vida, gritou mais do que quando a pastora expulsava os demônios, mais do que quando o médico subiu na barriga dela na sala de parto, mais do que quando segurou sua Naomi morta no colo. Gritou por uma eternidade, gritou como se o próprio Deus fosse entrar pela porta.

Selma entrou correndo, sem saber onde procurar porque não conhecia a casa. Desesperada, chorando, ofegando, Selma chamou os outros vizinhos, que ligassem pros bombeiros, pra polícia, não mexe nela senão alguma coisa perfura, o sangue sai mais rápido, o coração não aguenta, não sei, não sou médica, mas não mexe, não mexe.

Má olhou pra Selma, sufocando, ardendo, lentamente. No carro de som lá fora ela ouvia: "Bebedeira, vício em drogas, infidelidade, depressão, dívida. A pastora Flor está aqui para mudar a sua vida. Será seu o reino dos céus."


Boa leitura! :)