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quarta-feira, 10 de maio de 2023

Pombinha e a menarca

POEMA ESCOLHIDO: 

parecer que é deselegante

falar da minha menstruação em público

porque a verdadeira biologia

do meu corpo é real demais 


é legal vender o que

uma mulher tem entre as pernas

mas não é legal

mencionar suas entranhas


o uso recreativo deste

corpo é considerado

uma beleza mas

sua natureza é 

considerada feia 

INTERTEXTO: Pombinha, O Cortiço  


capa do livro
Meu intertexto encontra-se em dois fatos irrefutáveis: o corpo da mulher ser para uso recreativo e suas regras mensais. Embora o poema retrate a menstruação como algo “feio” em comparação à vulva, meu intertexto não a usará como sem glória e sim como um prêmio ao bendito que desposaria uma jovem e sua menarca. Após ler o poema lembrei-me de Pombinha. Personagem do livro O Cortiço de Aluísio de Azevedo. Livro do movimento naturalista brasileiro publicado em 1890 que retrata o cotidiano de moradores de um cortiço localizado no Rio de Janeiro. 

Pombinha era um moça (e põe moça nisso) que dependia da sua menarca para casar-se com João da Costa. E essa ela veio mais tarde que o normal, fazendo a menina esperar longos anos para dar-se em casamento. Bom, inicialmente esse era o plano da jovem.

Em “Parece que é deselegante falar da minha menstruação em público” assimilo à vergonha de Pombinha frente à sociedade com o retardo da mesma. Alguns teorizam que seu psicológico, ao conviver com os homens do cortiço, acaba não ovulando para que não se case com sujeitos da mesmice. 

Em “O uso recreativo desse corpo é considerado uma beleza” Pombinha, após seguir os conselhos de Leocádia e Rita Baiana, largou João palermo e tornou-se dona do próprio corpo. Fazendo o que quisesse com quem quisesse. 

A menstruação/virgindade não deveria ser uma vergonha e muito menos um prêmio. Quem dirá, um título. 


O corpo das outras mulheres não é nosso campo de batalha

(Outras maneiras de usar a boca, 2014)

A deusa entre suas pernas faz as bocas salivarem

(Outras maneiras de usar a boca, 2014)


É digna de alguém que a use com necessidade fisiológica

Por necessidade de amor

- sarão


ENGLISH LANGUAGE

CHOSEM POEM: 

apparently it is ungraceful of me

to menton my period in public

cause the actual biology

of my body os too real


it is okay to sell what's

between a woman's legs

more than it is okay to

mention its inner workings


the recreational use of

this body is seen as

beautiful while

its nature is

seen as ugly

INTERTEXT: Pombinha, O Cortiço  

book cover

My intertext is found in two irrefutable facts: the bodys' woman to be recreative use and her period.  Although the poem speaks the period like something "ugly" compared to the vulva, my intertext won't use her like ungraceful and 1'll do like a award to  e sim como um prêmio ao blessed that betrothed a lady and her menarche. After reading the poem, i remembered Pombinha. Character book O Cortiço by Aluisio de Azevedo. Book of brazilian naturlism, published in 1890 that portrays the rotine of residents of a tenemnet in Rio de Janeiro. 


Pombinha was a girl (...) that depended her menarch to get married with João da Costa. And it is came later than normal, making the girl to wait for long years to give yourself in married. Well, this was her plan first.

In "apparently it is ungraceful of me to menton my period in public" i assimilate to the ashmaid of Pombinha before socity with delay her period. Some people theorize that her psicologic, to live with the men of tenement, she ends up not ovulating for don't to married with the men of the same category. 

In " the recreational use of this body is seen as beautiful" Pombinha, after following the Leocádia and Rita Baiana's advices, abandoned the fool João and become the owner of  her body. Doing whatever she wanted with who she wanted. 

The period/vinginity shouln't be the shame and much less a award. Who will say, a titule.


NOTURN 1N5: Sarah Beatriz Alves da Silva, 

RGM: 26256649

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