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quarta-feira, 10 de maio de 2023

Milk and Honey

Nome: Ana Luiza Henrique Galvão     
RGM: 23093552
Turma e turno: Literatura Inglesa e Norte- Americana (Matutino)


Poema Escolhido: 

THE HURTING

how is it so easy for you
milk and honey dripped
from my lips as i answered
cause people have not
been kind to me 

the first boy that kissed me
held my shoulders down
like the handlebars of
the first bicycle
he ever rode
i was five

he had the smell of
starvation on his lips
which he picked up from
his father feasting on his mother at 4a.m.

he was the first boy
to teach me my body was
for giving to those that wanted 
that i should feel anything 
less than whole

and my god
did i feel as empty
as his mother at 4:25 a.m.


it is your blood
in my veins
tell me how i´m 
supposed to forget

the therapist places
the doll in front of you
it is the size of girls
your uncles like touching

point to where his hands were

you point to the spot
between its legs the one
he fingered out of you
like a confession

how´ re you feeling

you pull the lump
in yours throat out
with your teeth
and say fine
numb really

-midweek sessions


Intertexto:

Esse poema da autora Rupi Kaur me fez recordar de um livro de contos da escritora mineira Conceição Evaristo, que chama-se ''Insubmissas lágrimas de mulheres'' publicado em 2011.



 Em especial o conto ''Shirley Paixão'' que conta de uma forma humana, com uma linguagem de emoções tão impecáveis quanto sua escrita sobre a dor de uma criança, uma menina que ainda não conhece seu próprio corpo, mas já sabe o vazio e a angústia de um estupro praticado por quem deveria protege-la, alguém tão próximo que você cresce chamando de família,  as duas obras traz a premissa da fragilidade feminina e como o estupro pode mudar comportamentos comuns no cotidiano dessas crianças e o pior, como esses abusadores são próximos das vítimas.



Baseado nas duas obras, escrevi um texto que começa exatamente assim:

Ser mulher dói, 
não importa a idade. 
O medo nos corroí 
e mostra nossa vulnerabilidade.

Ele nunca vai saber o que causou em mim,
ou melhor, o que tirou de mim.
Não foi apenas minha virgindade
Foi saber a verdade, 
que o amor de um pai não tem maldade.

Eu te amei pai,
o amor mais puro e profundo
que uma criança poderia ter.
Como que isso te atrai?
Como pode dizer que me ama?

Quando o que eu mais queria era amor,
você apenas deixou a dor.
Um vazio tão profundo,
quanto esses cortes nos meus pulsos e o grande horror
de saber que foi por você que desisti de viver.











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