Aluna: Ana Beatriz de Sousa Ferreira
RGM: 22980440
Turma e turno: Literatura Inglesa e Norte - Americana -
Matutino
Poema escolhido
" A solidão é um sinal de que você precisa desesperadamente de si mesmo"
Intertexto
Ao ler alguns poemas do livro "Milk and Honey" - Rupi Kaur, eu consegui me sentir representada em quase todos os poemas, porém o que me cativou de uma forma diferente foi o poema ao qual eu escolhi, exatamente por falar sobre a própria solidão. Alguns estudos dizem que existe a SOLIDÃO e a SOLITUDE, no caso a solitude seria um estado de isolamento feito de forma voluntária e positiva, já a solidão é uma condição associada à dor e à tristeza, mas pode se dizer que uma das diferenças entre solidão e solitude mora em suas permanências, já que nem sempre, estar sozinho significa sentir-se só. Porém, muitas vezes além de termos que lidar com as nossas complexidades e dualidades, temos uma certa necessidade um pouco utópica em buscarmos sentidos e respostas internas em coisas e pessoas, algo que muitas vezes só conseguiremos obter com a nossa própria companhia e autoanalise.
Enquanto refletia sobre o poema, lembrei de trechos do livro “Aforismos para a Sabedoria da Vida” do Arthur Schopenhauer, ao qual possui as seguintes frases:
“Quem, portanto, não ama a solidão, também não ama a liberdade: apenas quando se está só é que se está livre (...) Cada um fugirá, suportará ou amará a solidão na proporção exata do valor da sua personalidade. Pois, na solidão, o indivíduo mesquinho sente toda a sua mesquinhez, o grande espírito, toda a sua grandeza; numa palavra: cada um sente o que é. “
Ambas os trechos abordam muito a ideia de que a solidão pode ser um momento de autoconhecimento e autodescoberta, enquanto no poema da Rupi, afirma que a solidão pode indicar a necessidade de se estar consigo mesmo. Nos trechos do Schopenhauer ressalta que só é possível experimentar a liberdade quando se está em solidão, pois é durante esse tempo que se pode avaliar a própria personalidade, podendo assim encontrar o verdadeiro eu. Sendo assim, ambas as frases sugerem que a apreciação e a aceitação da solidão dependem muito da maneira como uma pessoa vê a si mesma.
Compartilho abaixo um texto autoral ao qual reflete um pouco essa complexidade dos meus sentimentos e minha conexão com o poema escolhido.
Texto Autoral
"Não era a dor que me estagnava. Não era o silêncio que me
afligia, era apenas a dor sentida de um vazio existencial. Não era os olhos que me revelavam, nem os sorrisos que
demonstravam o meu ser. Não era os meus gestos que demonstravam as minhas
qualificações, nem os afetos os meus sentimentos, tudo é efêmero, bagunçado,
escasso. Metade é o que luto desejando me tornar, a outra metade é
apenas um devaneio encoberto sobre dúvidas e vastidões de desejos afligidos. Não era as lembranças que machucavam ou o passado que me
corrompia, nem as pessoas que o acusam, mas sim a ideia clara de uma insônia
refletida de ecos. O caos é a sabedoria de uma certeza concluída e a solidão a
companhia certa em meio as necessidades da introspecção ao almejar ser livre. Não era a incerteza
ou a dúvida que me fazia chorar, e sim a indelicadeza inerente de sentir a
alma esvaziar-se."
Referências:
KAUR, Rupi. Milk and Honey. Andrews McMeel Publishing.
Estados Unidos, 2015.
SCHOPENHAUER, Arthur. Aforismos para a sabedoria de vida.
Trad. Jair Barboza. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2002.
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