Poema
you mustn’t have to
make them want you
they must want you themselves
(KAUR, p. 90).
Intertexto
Lendo o poema acima de Rupi Kaur foi criado um ponto de vista, ao qual imagino, que seja parecido com o que a autora quis passar. A compreensão é tida por uma questão de autoestima corporal. Creio que Rupi deva ter olhado para seu corpo no espelho antes de escrever e ter pensado: “O que em mim não atrai ele?”, encontrou mil defeitos em si e se comparou com outras pessoas.
A atração física é uma “filosofia” existente em alguns relacionamentos, que está em jogo o tempo todo, podendo ser de tamanha importância para a pessoa (que se sente insuficiente) ou para o observador (que não está mais, ou nunca esteve, atraído). O olhar e as atitudes do observador, que quando notadas pela pessoa com problemas de autoestima, se tornam sufocantes, criando uma grande guerra interna. E sabe o pior? Se torna doloroso para a pessoa sem autoestima não se sentir suficiente.
O poema de Rupi lembra de uma música da cantora norte-americana Demi Lovato, chamada ‘The Way You Don’t Look at Me’. A composição (escrita pela própria) fala sobre impactos gerados pelo jeito que o observador não olha para seu corpo. Ela diz: “me diga o que você está pensando, que te faz tão seletivo [...] tenho medo de me despir e você não me amar depois”. A compositora começa a notar que o observador não está mais desejando-a, algumas atitudes a fazem ter medo de se despir e não ser mais amada. Essa é a pior dor dentro de relacionamentos com pessoas com problemas de autoestima. Ela continua “você acha que eu não vejo, o jeito que você não olha para mim”.
A diferença que podemos notar nas obras de Demi Lovato e Rupi Kaur, que passaram pelas mesmas coisas, é que Kaur entendeu que o problema não estava nela, mas sim no observador. Ela encontrou uma forma de se empoderar, escrevendo: “você não devia precisar ensiná-los a te desejar, eles precisam te desejar por conta própria” (tradução do poema). É esse empoderamento que eu desejo para todas as pessoas que possuem problemas de autoestima em seus relacionamentos.
Obra
No escuro
Eu tiro minha roupa
Evito o espelho
Enquanto eu sufoco
Traços imperfeitos
Nada importa
Me sinto feio, enquanto me toco
Ah, me olha assim
Do jeito que eu te olho
Oh, toca em mim
Do jeito que eu te toco
Ah, me ama assim
Do jeito que eu te amo
Eu vejo como tu não olha pra mim
Não são só corpos?
(Trecho de composição)
Referências Bibliográficas
Nenhum comentário:
Postar um comentário